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Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-SemDerivações 4.0 Internacional desde 2010 por Felipe A. Pires
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Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-SemDerivações 4.0 Internacional desde 2010 por Felipe A. Pires
Olá, ogros e ogras do 3D, sejam bem-vindos! Hoje vou falar sobre um livro que todo criativo, seja designer, artista gráfico, ou aspirante a mestre das renderizações, precisa conhecer: Roube como um Artista de Austin Kleon. Um livro pequeno no tamanho, mas enorme em ideias e inspirações.
Nessa obra, o autor explora uma premissa simples: nada se cria do zero, tudo é inspirado em algo.
Ele defende que “roubar” no sentido criativo é absorver o que há de bom ao nosso redor, transformar essas influências, e criar algo único e podemos afirmar que para as áreas criativas, essa ideia ressoa profundamente.
Todos nós, em algum momento, pegamos referências visuais, conceitos ou estilos e os adaptamos ao nosso trabalho, seja nas renderizações mais complexas ou em uma simples composição visual.
Seja um estudante, um iniciante na área ou um profissional sênior, você com certeza pode se beneficiar enormemente ao abraçar a ideia de que a originalidade está na combinação de referências e na maneira como transformamos aquilo que nos inspira. Em vez de buscar uma “originalidade pura”, podemos aprender a buscar referências de qualidade e adaptar essas ideias ao nosso próprio estilo.
Vamos explorar um pouco cada um dos capítulos dessa obra e tentar extrair a essência de cada um deles nesse review.
1. Roube como um artista.
Nesse primeiro capítulo, o autor nos incentiva a “roubar” no sentido de coletar referências, inspirações e ideias de outras obras, artistas e fontes. Ele nos lembra que nenhuma ideia nasce no vácuo; tudo o que criamos é um remix de algo que já existe. A chave é ser seletivo: roubar apenas o que nos inspira, e então transformar essas ideias em algo pessoal e original.
Como designers ou artistas 3D, a inspiração pode vir de diversos lugares: uma pintura renascentista, uma cena de filme, ou até um padrão arquitetônico. O truque é absorver essas referências, reinterpretá-las e usá-las como base para nossas próprias criações.
2. Não espere até saber quem você é para começar.
Muitos criativos travam porque acham que precisam descobrir sua “voz” ou estilo antes de começar. Nesse capítulo nos incentiva a não esperar por essa revelação. A verdade é que descobrimos quem somos enquanto trabalhamos. A prática leva ao desenvolvimento do estilo e, com o tempo, encontramos nossa voz.
No mundo da computação gráfica, experimentar com diferentes softwares, técnicas e abordagens é o que vai te levar a desenvolver um estilo. Se você espera estar 100% preparado, nunca vai começar.
3. Escreva o livro que você gostaria de ler.
Esse conselho é essencial para qualquer criativo: crie o que você gostaria de ver no mundo. Se você sente falta de algo, preencha essa lacuna com seu próprio trabalho. Não espere que alguém mais faça. Se existe um tipo de renderização ou um estilo visual que você ainda não viu, talvez seja você quem deva criá-lo.
Se você é apaixonado por uma estética particular ou deseja inovar em um nicho, vá em frente e crie. Essa é a melhor forma de se destacar e, ao mesmo tempo, fazer algo que você ama.
4. Use suas mãos.
Nesse capítulo, o autor fala sobre a importância de trabalhar com as mãos. Em um mundo altamente digital, podemos nos esquecer do valor do trabalho manual. Quando colocamos as mãos na massa, seja desenhando à mão, esculpindo ou rabiscando ideias, acessamos uma parte diferente da nossa criatividade.
Para artistas digitais, isso pode significar esboçar ideias no papel antes de passar para o software. Trabalhar com materiais físicos pode trazer insights que o digital nem sempre proporciona. No 3D, fazer um modelo em argila pode abrir novas perspectivas para sua modelagem no software.
5. Projetos paralelos e hobbies são importantes.
Nosso cérebro precisa de diversidade. Ficar preso em um único tipo de trabalho pode limitar a criatividade, portanto o autor sugere que ter hobbies, projetos paralelos e interesses diversos alimenta nossa capacidade criativa. Esses pequenos escapes trazem novas ideias e energias para nossos projetos principais.
Se você trabalha com modelagem 3D, que tal aprender fotografia ou pintura digital como hobby? O resultado pode ser surpreendente! Essas atividades externas podem melhorar sua sensibilidade para cores, luzes e composição visual no 3D.
6. O Segredo: Faça um bom trabalho e compartilhe-o com as pessoas.
Não adianta apenas fazer um bom trabalho, é preciso mostrar ao mundo. O ato de divulgar suas criações, seja nas redes sociais ou em comunidades criativas, é o que vai gerar visibilidade e abrir portas para oportunidades. Não tenha medo de mostrar o que você faz!
No mundo da computação gráfica, compartilhar suas renderizações ou projetos no Behance, Instagram ou até em fóruns especializados pode trazer feedback valioso e oportunidades de colaboração. Mostrar o processo criativo também é uma excelente maneira de se conectar com a comunidade.
7. A geografia não manda mais em nós.
Com a internet, o lugar onde estamos fisicamente já não é mais uma limitação. Hoje, podemos colaborar com pessoas de qualquer lugar do mundo, com isso o autor nos lembra de aproveitar essa liberdade para expandir nossas conexões e aprender com criativos de outras culturas.
Trabalhar remotamente com artistas ou designers de outros países pode ser uma experiência enriquecedora. A diversidade de perspectivas enriquece o processo criativo. Participe de competições globais ou faça colaborações internacionais.
8. Seja legal (o mundo é uma cidade pequena).
A importância de ser gentil e manter uma boa reputação no mundo criativo é destacada pelo autor. As oportunidades no mercado de design e computação gráfica muitas vezes vêm por indicações, e ninguém quer trabalhar com alguém difícil de lidar. A colaboração é essencial, então seja sempre educado, generoso e justo.
No dia a dia, trate seus colegas de trabalho, clientes e parceiros com respeito. A reputação é construída com base nas relações que estabelecemos. Seja o profissional que todos gostariam de trabalhar junto.
9. Seja chato (é a única maneira de terminar um trabalho).
Apesar de toda a inspiração e liberdade criativa, o sucesso depende de disciplina. Para terminar projetos, é necessário ter organização e foco. A constância supera a inspiração momentânea. Ser “chato” aqui significa ter a paciência e persistência necessárias para concluir seu trabalho.
Para renderizar cenas complexas ou modelar projetos detalhados, é preciso paciência. Estabeleça metas claras e cronogramas para garantir que você conclua o que começou. A disciplina é o que vai fazer sua arte evoluir.
10. Criatividade é subtração.
O último capítulo nos lembra que menos é mais. A verdadeira criatividade, muitas vezes, está em saber o que cortar, em vez de o que adicionar. A simplicidade pode trazer clareza e força para qualquer criação. Saber o momento de parar é tão importante quanto começar.
Quando estamos criando uma cena ou composição visual, o excesso de detalhes pode poluir o visual. Aprender a simplificar os elementos e focar no essencial é uma habilidade crucial, especialmente no design minimalista.
Roube como um Artista é um convite para explorar sua criatividade sem medo de se inspirar em outras fontes, manter o foco, e acima de tudo, continuar criando e um livro de cabeceira obrigatório para todo criativo.
Link do livro na Amazon: https://amzn.to/4gCnYNw